Informações para pacientes e cuidadores
Sumário
O que é fibrilação atrial? E é grave?
A fibrilação atrial (FA) é o batimento irregular do coração. Essa alteração é causada por uma falha do marca-passo natural do coração, que é responsável por comandar as contrações coordenadas das quatro câmaras do coração. Em circunstâncias normais, o marca-passo provoca primeiro a contração das duas câmaras de cima do coração (os átrios), o que faz o sangue passar para as duas câmaras de baixo (os ventrículos). Em seguida, essas câmaras de baixo se contraem, empurrando o sangue para dentro das artérias.
Na FA, um mal funcionamento do marca-passo interrompe essa sequência coordenada de contrações e faz com que os átrios se movimentem de modo desordenado – isso se chama fibrilação – e os ventrículos se contraiam mais vezes e de modo irregular. Não é de surpreender que o coração bombeie de modo menos eficiente na FA, resultando em áreas dentro do coração onde o sangue corre mais lento ou fica estagnado. Quando isso ocorre, podem-se formar coágulos de sangue (trombos) e são eles que aumentam o risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC) associado à FA.
Por que a fibrilação atrial aumenta o risco de AVC
O problema com um trombo no coração é que todo ele ou um pedaço dele pode se destacar e ser levado pelos grandes vasos sanguíneos, indo parar diretamente no cérebro. À medida que os vasos sanguíneos maiores vão se dividindo em vasos de tamanho menor, em algum ponto o trombo ou o fragmento de trombo será muito grande para passar pelo vaso estreito – ele para e bloqueia o vaso onde estiver. Isso significa que a área do cérebro adiante desse vaso não receberá mais sangue com oxigênio e nutrientes como normalmente acontece, o que fará com que as células nervosas parem de trabalhar e acabem morrendo.
Isso é o que acontece no AVC ou, mais especificamente, no AVC isquêmico (termo que indica que foi causado por uma interrupção do suprimento de sangue). Como os trombos formados dentro do coração podem ser muito grandes, eles podem bloquear vasos mais calibrosos, que levam sangue a grandes áreas do cérebro. Consequentemente, um AVC decorrente da FA pode ser muito grave, e por isso é importante evitar que aconteça.
Como evitar um AVC se você tem fibrilação atrial
Se você tem FA, tem um risco aumentado de AVC devido à formação de trombos no coração. Mas o que pode ser feito para diminuir esse risco?
Trombos se formam por um processo chamado coagulação. Trata-se de uma complexa série de etapas que precisam ocorrer em uma sequência específica. Portanto, se interrompemos uma ou mais dessas etapas, podemos reduzir o risco de formar um trombo e, assim, diminuir o risco de AVC. Os medicamentos que bloqueiam o processo de coagulação dessa maneira são chamados anticoagulantes.
Durante muitos anos, os anticoagulantes mais usados para prevenção de AVC em pacientes com fibrilação atrial foram os antagonistas da vitamina K (AVK). Os medicamentos dessa classe, como a varfarina, são afetados por interações com diversos alimentos comuns e outros medicamentos. Por isso, são necessários exames de sangue frequentes para encontrar a dose certa – e esse processo se chama monitoramento da coagulação.
A evolução da ciência resultou em novos anticoagulantes orais que podem ser usados como alternativas aos AVK. Eles incluem um inibidor direto de trombina e os inibidores diretos do fator Xa para uso oral. Os novos anticoagulantes orais são recomendados preferivelmente aos AVK. Esses novos medicamentos têm baixo risco de interações e, por isso, não exigem um monitoramento rotineiro da coagulação.
G.MKT.GM.XA.01.2018.2044
PP-XAR-BR-0792-1
References
- Hindricks G et al. Eur Heart J 2020; doi: 10.1093/eurheartj/ehaa612 Return to content
* Dados do banner no início da página são fictícios, meramente ilustrativos, não retirados de publicação científica